quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Não se inicia uma revolução pelo ódio

O ódio é um sentimento que todo mundo conhece. E, quem tem um pouco de massa cinzenta na cabeça sabe que, quando estamos cheios de ódio, não fazemos nada direito. Fazemos coisas que não faríamos em nossa sã consciência, e quase sempre sofremos as consequências desses atos a curto prazo, e sempre, a longo prazo.

Odiadores não têm amigos, não exercem influência, não servem de exemplo e não são ouvidos (Exceto por outros odiadores), e o destino de tais criaturas quase sempre é o pior possível: A jaula ou a morte, o que for mais conveniente.

Estava a ler um manifesto da "White International" (Mini-Manual de Sobrevivência e Ação para Revolucionários Raciais) traduzido para o Português e (mais ou menos) adaptado à cultura Brasileira, porém se esquecendo de certas coisas, como o fato do Brasil ser um dos países mais miscigenados do mundo e que spray de pimenta é ilegal no Brasil. O manifesto ensina táticas de "segurança" (Ou seja, guerrilha) e de propaganda. Pelos símbolos e conceitos mostrados nele, é evidente a cultura de ódio.  E pelo monte de expressões de cunho racista, é evidente a cultura de supremacia branca.

Apesar de apresentar umas táticas interessantes (Algumas delas, segundo os tradutores, copiadas das táticas do "mulato e comunista" Carlos Marighella), esse manifesto não encontraria eco no Brasil. No máximo, seria interessante para os sulistas, uma vez que o manual é direcionado aos "separatistas raciais brancos", mas mesmo assim, os separatistas brasileiros não se interessariam por uma política White Power, uma prova cabal que nem tudo que seria aplicável nos EUA, seria aplicável aqui. Lá, por exemplo, existe a JDL, versão judia das gangues de skinheads, coisa que aqui inexiste - E mesmo assim é mencionada na tradução. Lá, a tensão entre negros e brancos, em especial nos "estados confederados", é muito maior do que aqui. De qualquer forma, dedicarei um post exclusivo a esta "obra" do ódio algum dia.

Vamos continuar a falar de por que uma revolução baseada no ódio está morta desde sua concepção: As pessoas estão inconformadas neste país, mas seu inconformismo tem como alvo não uma etnia ou uma classe social, mas sim, os políticos. Eles sabem que a culpa pelas coisas ruins que acontecem aqui no Brasil não são obra de negros, nordestinos, brancos ou japoneses, burgueses, judeus ou comunistas. A culpa é dos políticos, que livram a si mesmos de punições e investigações, e desviam o dinheiro público para seu benefício particular.

Uma revolução que tenha como objetivo incitar o ódio a certas etnias, classes sociais ou convicções políticas, nunca dará certo, pelo menos não no Brasil. Todo branco tem, por exemplo, um amigo negro, um parente negro ou uma porcentagem negra em seu DNA. Lutar contra amigos, parentes ou mesmo contra seus antepassados (e si mesmo) por não ser "ariano" é ridículo. E as pessoas nunca, jamais irão apoiar quem é movido pelo ódio. E o que é uma revolução, senão a adesão, o apoio em massa de pessoas em torno de uma ideia nova, diferente, quebrando os paradigmas e os dogmas preexistentes?

Como já disse antes, respeito é algo que não se é imposto, mas conquistado. Um revolucionário só verá sua obra nascer se houver quem o respeite. E ódio, pelo que eu saiba, não traz respeito a ninguém.

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