sábado, 17 de novembro de 2012

Bandido bom, é mesmo bandido morto?

Pesquisa nos EUA aponta para vários erros e prisões - E EXECUÇÕES! - de inocentes acusados de crimes que não cometeram. E isso, nos próprios EUA, onde 33 dos 50 estados aplicam a pena capital.



Enquanto isso, aqui na nossa Terra Brasilis, rompantes dos defensores das armas são publicados em redes sociais, parafraseando a já batida (e inútil) frase: "Bandido bom é bandido morto!"

Eu acho estranho as pessoas falarem isso, como se todo bandido tivesse um rótulo no braço ou um distintivo no peito escrito: "Bandido". Como se fosse fácil identificar os bandidos, como se fosse fácil tanto pras Polícias quanto pra nós, meros mortais que só queremos levar nossas vidinhas, saber quem é bandido ou quem não é.

Esquecem que, entre o crime e a punição, há todo um emaranhado de preconceitos sociais, subornos, propinas e bodes expiatórios, cuja única função é tirar o cu de muitos bandidos da reta, de preferência, colocando alguém em seu lugar pra pagar a pena.

Nos EUA, que são um país racista por natureza, são poucos os brancos encarcerados e menos ainda os condenados à morte. Já negros, mestiços e hispânicos lotam os presídios e são a maioria da população que espera a "justiça final" do Estado. E, quando percebem o erro ou a maracutaia, o inocente já foi enterrado faz tempo.

E muitos aqui defendem a pena de morte no Brasil, como se a justiça brasileira fosse infalível e incapaz de erros, involuntários ou não. Oras, todos sabem o caos que é o Judiciário. Basta um rolo de notas de cem reais para estar livre da cadeia, com direito a jogar beijinho pra câmera. A "Justiça" Brasileira privilegia quem pode pagar mais. Enquanto salafrários que desviam milhões de reais que seriam destinados à Saúde, Educação, Infra-estrutura, para seus próprios cofres, quando pegos, não passam mais de 24 horas na cadeia, tem gente presa há anos por roubar um mísero pote de manteiga.

Outra insensatez é o ócio dos encarcerados. Todo mundo se lembra daquele conselho da vovó: "Cabeça vazia, oficina do Diabo". Tanta mão-de-obra disponível para completar as obras de infra-estrutura... Rodovias, ferrovias, asfalto, água e esgoto, construção de prédios, lenha pra rachar, campo pra arar, roça pra carpir... Porra meu! Por que não bota esse povo pra trabalhar por metade do salário, recebendo a quantia completa depois de liberto? Esse sistema, sim, permite a regeneração do preso, e também permite a indenização caso seja descoberto um engano ou um engodo que tenha posto um inocente na prisão.

Ou seja, na minha humilde opinião, bandido bom é bandido trabalhando no sol quente, fazendo aquilo que muito brasileiro não tem coragem nem disposição pra fazer, e ajudando o Brasil a desobstruir seus gargalos de infra-estrutura. Hitler punha seus presos pra trabalhar, e a Alemanha prosperou até começar a Segunda Guerra Mundial.

Afinal, pra que dar comidinha e pensãozinha pros presos de graça se eles podem trabalhar pra isso?


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