segunda-feira, 7 de maio de 2012

Uma nação pronta para a Guerra

Os Estados Unidos da América são uma nação que respira combate. Basta ver algumas de suas doutrinas que são inerentes ao país ou surgiram nele que, apesar do caráter quase estritamente civil, possuem conceitos militares que, em caso de guerra, podem permitir a seus praticantes integrar um exército com algum nível de especialidade.
Isso não é novidade. Desde a idade em que se pode segurar algo na mão, as crianças já são impelidas a lutar, umas contra as outras, e os "jogos de combate" seguem os americanos por toda a vida. O modo de vida Americano é um modo de vida destinado a, qualquer dia, enfrentar, combater, resistir. Um modo de vida destinado à Guerra.

--Survivalismo
O Survivalismo é a doutrina que ensina a sobreviver ao "pior cenário possível", seja ele uma guerra civil, uma invasão por parte de um país inimigo, ou mesmo uma hecatombe ou um apocalipse "zumbi". Fazem parte dessa doutrina coisas como construção de abrigos subterrâneos, estocagem de víveres alimentícios e água, armamento, primeiros socorros, proteção QBN e correlatos. Para facilitar a vida do survivalista, muitas empresas se especializaram em materiais e serviços destinados ao survivalismo: Construção de abrigos, alimentação desidratada (Basta adicionar água), geração de energia, móveis modulares, comunicações alternativas, guias de toda sorte, etc... Para os que não puderam fazer seu abrigo, empresas compraram antigos abrigos nucleares dos EUA e, mediante uma taxa módica, permitem que você se aloje e sobreviva em um lugar à prova de bombas.

--Escotismo
O escotismo é o Survivalismo "outdoor", ou seja, você aprende a sobreviver fora de um abrigo. Ensina como fazer fogo, identificar rastros de animais, diferenciar frutas saudáveis de venenosas, sinais de fumaça, códigos de hierarquia, camuflagem... E até mesmo gerenciamento de recursos (Quem, nos EUA, nunca viu as "girlscouts" vendendo biscoitos?). A idade tenra com a qual se ingressa no escotismo contribui para arraigar as ideias aprendidas na cabeça e carregá-las meio que instintivamente por toda a vida.

--Armas e "jogos de guerra"
Nenhum país no mundo é tão liberal com as armas quanto os EUA. Desde a política da Legítima Defesa, pela qual você se isenta de culpa se matar um ladrão que invadiu tua casa, passando pelos clubes de tiro, nos quais as crianças aprendem a atirar com armas calibre .22, e fuzis AR-15 e AK-47 são tão comuns quanto arcos e flechas, até os jogos de confrontamento (NERF, Airsoft, Paintball, Fast Draw e Laser Tag) em seus mais variados níveis. Já existe até o Simunition, que usa balas de tinta disparadas de armas de verdade! Compram-se espingardas no Wal-Mart como se fosse um guarda-sol ou uma cadeira de praia! Enquanto no Brasil, alguns lobistas lutam pelo desarmamento da população (de bem), nos EUA é rara uma casa que não tem uma arma de fogo.

--Caça
Os americanos gostam de caçar, e muitos comem aquilo que caçam. Também é uma estratégia de guerra: Em caso de falta de víveres, o parque mais próximo afastado da cidade tem patos, veados, bisões, alces, todos ao alcance de sua arma. Os caçadores também aprendem técnicas de camuflagem, que os impede de serem vistos pelos animais... E pelos inimigos.

--Memorabília
Se tem um cidadão que adora ver e, se possível, pilotar aeronaves e outros veículos de combate, mesmo que de outros países, esse alguém é o americano. Como esse povo se orgulha de suas guerras, mesmo as mais vergonhosas! E como esse país possui esquadrilhas acrobáticas, inclusive a jato!

--Hobbies
Construção de fuzis? Você encontra. Construção e manutenção de tanques em escala? Tem até fórum pra isso. Aviação experimental a jato (Com caças antigos ou modelos específicos para civis)? Com certeza. Entusiastas da militaria? Chegam até a fazer exercícios com o próprio Exército Americano. Projetos malucos? Nunca é maluco o bastante que não encontre entusiastas e/ou financiadores.

--Futebol Americano
O próprio Futebol Americano é um exercício de guerra estratégica, no qual deve-se ocupar o território inimigo e fazer o maior número de pontos.

--Necessidade de um Inimigo
Isso tudo só funciona porque os "cabeças" dos EUA sentem necessidade de um inimigo para combater. Começou com a Inglaterra, por sua independência; depois, a Guerra da Secessão, Norte x Sul; já no Século XX, participou das duas Grandes Guerras, cuja Segunda é lembrada por eles constantemente todo santo dia; Aí, com a Alemanha rendida, surge o novo inimigo, a Ameaça Comunista representada por Cuba, União Soviética, China e seus chegados.
A Guerra do Vietnã foi a primeira derrota oficial dos EUA, e ainda assim por pressão popular. Antes dela, a Guerra da Coreia, que dividiu o país nas duas Coreias que vemos hoje; a Guerra do Afeganistão, na qual nasceram o Taliban e alimentou-se  um certo Osama Bin Laden; A Guerra Irã-Contras, em resposta à queda do Xá e a ascenção do Aiatolá ao poder: À altura, o Iraque era aliado dos EUA; depois dela, nada muito importante, até que Saddam Hussein invade o Kuwait, logo após o fim da Guerra Fria.
O Iraque agora era inimigo. Depois, o facho estava sossegado até 11 de Setembro de 2001. E Osama Bin Laden, de aliado, também virou inimigo. O novo inimigo atendia pelo nome de Al Qaeda, e não tinha base fixa, podia tanto estar nas montanhas do Afeganistão quanto na Tríplice Fronteira Brasil/Paraguai/Argentina (Sim, foi a razão para justificar bases americanas no Paraguai!), e o mundo virou um Estado de Sítio. Qualquer um que se atrevesse a contestar os EUA poderia ter o mesmo destino do Iraque, que foi novamente invadido, desta vez, sem ter feito nada, e seu líder foi capturado e executado de forma obscura.
Com a Rússia se recuperando do fim da URSS, os EUA eram superpotência única, e tanto a Europa (Via OTAN) quanto o Japão estavam em suas coleiras (Bom, ainda estão).
Mas, passaram-se os anos, e a Rússia começou a crescer de novo, graças às artimanhas de Putin. Nisso, o Brasil também começou a crescer mais do que desejavam os cabeças do Pentágono, mas nada superou a reviravolta da China.
Com um novo inimigo estabelecido, "matou-se" Osama Bin Laden (Segundo alguns, estava morto desde o fim de 2001 devido a problemas renais) e começou-se a planejar uma guerra contra o "Nº2 do mundo".
Com a Primavera Árabe, mostrou-se um pouco de força intimidadora da OTAN na Líbia, apontando para os "contestadores": Irã, Venezuela e Coreia do Norte, e indiretamente, para China e Rússia.

--Conclusão (Ou: O que se pode aplicar no Brasil)
O Brasil só será uma potência bélica, a ponto de conseguir sua tão sonhada cadeira no Conselho de Segurança da ONU, se houver incentivos. Um inimigo, nós já temos, e nem precisamos falar qual é, né? É um inimigo que posa de amigo, que vem a nós com um buquê de flores em uma mão e um porrete atrás das costas na outra mão. Restam os outros incentivos. O Escotismo, por exemplo, precisa ser levado mais a sério; O Survivalismo precisa ser introduzido, aos poucos. Os esportes de confrontação já existem, mas precisam ser regulamentados e seus equipamentos, importados ou mesmo fabricados sem complicantes.
Caçar parece proibido no Brasil, e os esportes de tiro são muito restritos. A regulamentação sobre o armamento tinha que ser mais liberal, para retirar as armas ilícitas de circulação. O Brasil precisa aprender a se defender, e para isso, precisa ensinar seus cidadãos a se defender, também. Em um país onde até mesmo spray de pimenta e tasers são ilegais, como poderemos nos defender? Só o Jiu-Jitsu não basta!
A partir da base, se constrói com mais firmeza as camadas superiores.

Se vis Pacem, Para Bellum.

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